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HOJE É O DIA NACIONAL DA SUSTENTABILIDADE

HOJE É O DIA NACIONAL DA SUSTENTABILIDADE

Hoje, dia 25 de setembro de 2023, celebra-se pela primeira vez em Portugal o Dia Nacional da Sustentabilidade que pretende reforçar a importância da implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas.

Os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho, no âmbito do seu Plano Estratégico de Sustentabilidade, iniciaram, em 2018, a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, transversal a todas as suas atividades e comum a toda a sua estrutura organizacional, tendo como base o referencial normativo ISO 14001:2015. Tornaram-se, assim, nos primeiros Serviços de Acção Social do país a obter tal distinção. Esta distinção foi o resultado de uma estratégia de atuação holística e transversal que tem como objetivo central a redução da pegada ambiental, a promoção de um crescimento sustentável de toda a região e o reforço da qualidade de vida e o bem-estar de toda a Comunidade.

Neste contexto, os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho não podem deixar de se associar a esta celebração apelando à responsabilidade de todos na manutenção de um planeta sustentável. Todos temos um papel a desempenhar, todos podemos fazer a nossa parte.

Vamos todos contribuir para um planeta melhor. Precisamos de agir e todas as atitudes nesse sentido contam! 

Redação

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Maurício Queiroz venceu o prémio de Melhor Estágio Norte 2023

Maurício Queiroz venceu o prémio de Melhor Estágio Norte 2023

O trabalhador dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM), foi galardoado na categoria de ?Colégio de Engenharia Informática?.

Maurício da Costa Queiroz desempenha funções nos SASUM há 26 anos, atualmente é especialista de Informática, grau 1, nível 3, na Divisão de Sistemas de Informação. O prémio foi entregue no Dia Regional do Engenheiro, no passado dia 8 de julho, no Espaço Vita em Braga.

O galardão reconhece os jovens Engenheiros que agora terminaram o seu estágio de acesso à Ordem. O estágio, realizado nos SASUM, sobre a supervisão do Professor António Luís Duarte Costa do Departamento de Informática da UMinho, surgiu da necessidade de melhorar as capacidades analíticas dos SASUM relativamente às vendas efetuadas na sua atividade alimentar (cantinas, bares, grills, serviço de takeaway e restaurantes). O mecanismo resultante do estágio vai permitir aos Serviços, investigar a origem das suas vendas num espaço de tempo mais alargado e refinado, possibilitando efetuar, por exemplo, simulações de alterações à sua estratégia de vendas. A par do estágio, o trabalhador concluiu também o seu Mestrado em Engenharia Informática.

?Ser reconhecido como o melhor estagiário na região norte pela Ordem dos Engenheiros é um feito muito significativo na minha jornada académica e profissional. Em primeiro lugar, é uma validação do esforço e dedicação que coloquei ao longo do meu estágio e vida profissional. Significa que o meu trabalho foi apreciado e reconhecido por profissionais experientes da área de informática, o que é muito gratificante. É uma prova de que a aprendizagem contínua e a busca por novos conhecimentos, são fundamentais para o desenvolvimento de um engenheiro de sucesso. Durante todo o percurso nos SASUM, sempre tentei absorver o máximo de informações e experiências possíveis, e este reconhecimento destaca a importância de nunca parar de aprender e aprimorar as minhas habilidades técnicas. Além disso, ao ser reconhecido pela Ordem dos Engenheiros, essa distinção valida a qualidade da minha formação académica, demonstrando que estou no caminho certo para me tornar um engenheiro competente e comprometido com a excelência na minha área de atuação?, destaca Maurício Queiroz.

O galardão foi atribuído pela Ordem dos Engenheiros da Região Norte (OERN), em nove categorias, tendo sido entregue um cheque com um valor monetário de 500 euros a cada premiado.

O evento juntou mais de 400 engenheiros para um dia que foi, não só de celebração da Engenharia, mas também de homenagens, distinções e reconhecimento dos engenheiros da OERN. Para além dos premiados e homenageados, contou com as presenças de António Adão da Fonseca, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da OERN, Leonel Cunha e Silva, Delegado Distrital de Braga, Bento Aires, Presidente do Conselho Diretivo da OERN, Fernando de Almeida Santos, Bastonário da Ordem dos Engenheiros, e Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga.

Rosa Vasconcelos, professora da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e atual Provedora do Estudante, foi também homenageada na cerimónia, um reconhecimento pelo seu contributo em prol da engenharia, sendo-lhe destacada a capacidade de resiliência, compromisso e amizade, considerada um exemplo para muitos.

Texto: Ana Marques

Foto: Ordem dos Engenheiros

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António Raminhos falou de saúde mental com humor!

António Raminhos falou de saúde mental com humor!

A iniciativa denominada de ?E se?” decorreu no passado dia 18 de setembro, no campus de Gualtar da Universidade do Minho (UMinho), e juntou o humorista António Raminhos com profissionais ligados à saúde mental, com o objetivo de alertar, sensibilizar e contribuir para o diálogo em torno dos problemas da saúde mental.

A ação, promovida pela Associação de Psicologia (APsi) e pela Associação Académica da Universidade do Minho, no contexto da campanha de prevenção do suicídio “Setembro Amarelo”, teve como público principal adultos jovens, no caso específico, os estudantes da Universidade.

Além do humorista, a conversa contou com as intervenções de Eugénia Ribeiro (coordenadora da Unidade de Intervenção Psicológica da APsi-UMinho e professora da Escola de Psicologia da UMinho), Pedro Morgado (professor da Escola de Medicina da UMinho e coordenador para a saúde mental da ARS-Norte) e Mariana Mangas (psiquiatra e autora do livro “Não há Mal que Sempre Dure?). Uma conversa que pretendeu desmistificar a saúde mental e o sofrimento psicológico associado, bem como promover a literacia nesta área entre os universitários.

De forma humorística e divertida, António Raminhos falou dos problemas de ansiedade e do foro obsessivo-compulsivo dos quais sofre, partilhou com o público a sua experiência de vida e os problemas relacionados com a sua saúde mental, sempre moderada pelo humor, conseguindo chegar à interação e participação do público. ?Faz todo o sentido ter estas conversas, mas a malta ainda tem alguma dificuldade em falar sobre o tema?, disse. Quanto a esta iniciativa na Academia minhota, o humorista referiu que, ?podermos falar de maneira pública e fazer estas partilhas com profissionais de saúde, é sempre de valorizar?.

Segundo Eugénia Ribeiro, ?os estudantes do ensino superior são um grupo de risco para o desenvolvimento de problemas de saúde mental?, salientando a relevância de ações de sensibilização para a importância de cuidar da saúde mental, afirmando que “estão previstos outros eventos como workshops e webinars, visando promover a literacia em saúde mental e também uma ação ao nível do estigma junto quer dos estudantes, quer de outros interlocutores da Universidade que lidam diretamente com os alunos”, refere.

A responsável expôs ainda que a APsi dispõe de diversas consultas para jovens adultos, estando disponíveis para quem precisa e necessita de ajuda.

Pedro Morgado referiu que ?é estigma confundir a pessoa com a doença?, o que é errado, sendo que esta é apenas ?uma doença de pensamentos estúpidos em pessoas que não são estúpidas, e por isso reconhecem que têm pensamentos estúpidos, daí a vergonha em contar e falar sobre isso?.

Texto: Ana Marques

Fotos: Nuno Gonçalves

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Entrevista à Presidente do Conselho de Ética da Universidade do Minho

Entrevista à Presidente do Conselho de Ética da Universidade do Minho

Cecília Leão, é Professora Catedrática Emérita da Escola de Medicina da Universidade do Minho, desde 2019. É presidente do Conselho de Ética desde novembro de 2022.

Cecília Leão, integrou a UMinho em 1976 por altura da sua fundação, e é aqui na UMinho que tem decorrido o seu percurso académico de docente e investigadora, tendo realizado o seu doutoramento no Instituto Gulbenkian de Ciência (1980-1984). Como professora catedrática na UMinho desde 1994 ? primeiro no Departamento de Biologia da Escola de Ciências e, a partir de 2002, na Escola de Ciências da Saúde, atualmente Escola de Medicina – exerceu, entre outras, funções de Presidente da Escola de Ciências (1995-1998), da Escola de Ciências da Saúde / Escola de Medicina (2010-2017), bem como de Vice-reitora (1998-2002).

Quem é Cecília Leão, no lugar de atual presidente do CEUMinho? Como viu a designação do seu nome para este cargo?

A minha designação para este cargo fica, sobretudo, associada a sentimentos de gratidão, privilégio e compromisso. Gratidão e orgulho, pela confiança em mim depositada pelos membros do Conselho Geral da UMinho e pelo Senhor Reitor. Privilégio, e responsabilidade de servir um Órgão, cujo legado recebemos sob a Presidência da Professora Graciete Dias, cujo mandato ? correspondente ao 1.º do Conselho de Ética da UMinho – fica marcado indelevelmente pela excelência do trabalho desenvolvido no qual ficou patente a sua abrangência, visão e missão universitária no cumprimento de missão do CEUMinho. Honra, de presidir a um órgão constituído por membros da comunidade académica, interna e externa à UMinho, personalidades com experiências e olhares distintos, que associam à sua área de saber científico toda uma experiência, vivência e conhecimento do saber ético ? humanístico. É ainda, e sobretudo, um privilégio poder continuar a participar neste grande projeto da UMinho de compromisso institucional com a ética e bioética, envolvendo individual e coletivamente todos os membros da nossa comunidade académica, no cumprimento de elevados padrões de integridade e de boas práticas éticas em todas as atividades da UMinho.

Foi empossada Presidente no passado dia 4 de novembro. Como vê a pertinência e necessidade de um órgão desta natureza no âmbito das universidades, e em particular na UMinho?

Numa breve nota histórica, as comissões de ética para a saúde assinalaram ?um passo decisivo que permitiu passar da pura reflexão sobre os problemas éticos ao estabelecimento de normas consensuais de defesa da dignidade e integridade humanas? (Decreto-Lei n.º 97/95 de 10 de maio). Posteriormente, face à evolução registada da necessidade de integração de todas as dimensões da ética nos domínios sociais, filosóficos, teológicos, políticos e económicos, bem como das exigências da investigação científica na proteção devida ao ser humano, surge em 2018 um novo regime harmonizador das comissões de ética, que passa a ser aplicável também às Instituições de Ensino Superior (Decreto-Lei n.º 80/2018 de 8 de outubro). A UMinho foi uma das primeiras, no panorama nacional, a criar, em 2011, por despacho reitoral, a Comissão de Ética da UMinho, com duas subcomissões – Subcomissão de Ética para as Ciências da Vida e da Saúde e Subcomissão de Ética para as Ciências Sociais e Humanas – que assinalaram o 1.º passo decisivo na institucionalização de estruturas e produção de documentos institucionais, como é exemplo o Código de Conduta Ética da UMinho (1.ª edição). Neste contexto, é de toda a pertinência a existência no seio da Universidade de órgãos/comissões de ética, com reconhecimento institucional, as quais para além de caráter obrigatório no atual enquadramento normativo português, são hoje, mais do que nunca, essenciais como estruturas de apoio à conceção e acompanhamento de políticas e ações de salvaguarda dos princípios éticos e deontológicos nas diferentes áreas de missão da Instituição.

A UMinho sempre assumiu um compromisso institucional inequívoco com a Ética, como vetor fundamental da sua atividade e afirmação. Qual o âmbito de atuação do CEUMinho e quais as suas competências?

Estatutariamente, o CEUMinho é o órgão de consulta da UMinho de apoio à conceção e monitorização de políticas de salvaguarda de princípios éticos e deontológicos nas áreas da investigação científica, do ensino, da interação com a sociedade e no funcionamento geral da Universidade, no respeito pela dignidade da pessoa humana como valor incondicional e inviolável e promove valores da transparência e da integridade académica em todas as suas atividades. Nestes termos, compete ao CEUMinho pronunciar-se sobre questões éticas que lhe sejam colocadas pelo Conselho Geral e pelo Reitor, bem como propor códigos de conduta, diretrizes, recomendações, pareceres e ações de reflexão e debate na sua área de intervenção e nas diversas vertentes da missão da Universidade. Compete ainda ao CEUMinho, através das suas Comissões Especializadas de ética para a investigação, emitir pareceres de avaliação ética sobre projetos de investigação , designadamente todas as atividades que envolvam, sob qualquer forma, pessoas, animais ou material biológico de origem humana, ou animal.

A Professora Cecília Leão tem acompanhado, desde o início, o trabalho do CEUMinho, em particular através da comissão especializada a que pertencia. Qual o objetivo das comissões especializadas ?comissões de ética para a investigação?

A ciência vive da sua credibilidade e é consensual que o investigador deve exercer as atividades profissionais subordinadas não só aos valores éticos universais, mas também aos derivados do compromisso com a construção da ciência como património coletivo. É neste contexto que foram criadas as Comissões Especializadas para a ética em investigação, com o objetivo principal de desenvolvimento de práticas responsáveis entre os cientistas, acompanhamento contínuo e formação ética de cientistas responsáveis e promoção da Literacia Ética em investigação, garantindo que a investigação seja realizada de acordo com elevados padrões de integridade científica. Estas comissões, tal como o CEUMinho de que fazem parte integrante, não têm caráter deliberativo. A sua área de competência específica é a emissão de pareceres referentes à apreciação ética ? e não científica – de projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) que envolvam atividades de natureza científica, científico-tecnológica ou de experimentação que decorrem nas unidades orgânicas e subunidades de investigação da UMinho. A composição de cada comissão é multidisciplinar, sendo constituída por membros com ligação a diferentes áreas do saber, designadamente literatura, filosofia, direito, psicologia, ciências da comunicação, sociologia, biologia, enfermagem, medicina, engenharia e ambiente. A existência destas comissões, reconhecidas institucionalmente, revela-se estruturante e decisiva, com papel relevante na formação dos investigadores e monitorização técnico-ética dos projetos de investigação.

No âmbito destas comissões, em que casos/situações são chamados, mais frequentemente, a agir?

A resposta a esta questão terá que naturalmente ser enquadrada nas competências definidas estatutariamente para o CEUMinho que, como já acima exposto, são de natureza consultiva e não deliberativa. No âmbito destas comissões, tem sido efetuada a apreciação ética de projetos submetidos em diversas áreas do conhecimento da UMinho e a realização e participação em numerosas iniciativas de formação e de sensibilização, visando a reflexão e debate em torno de questões éticas, designadamente no âmbito da integridade académica e científica, bem como em iniciativas de divulgação dos princípios e normas do Código de Conduta Ética da UMinho.

Mais especificamente, na dimensão de apreciação ética de projetos que decorrem na UMinho, tem sido crescente o número de projetos de I&D submetidos. Assegurou-se a apreciação ética de elevado número de projetos de I&D, envolvendo verificação dos processos documentais, avaliação ética e emissão de pareceres. Foram analisados até ao momento cerca de 2000 projetos submetidos em diversas áreas do conhecimento, tendo constituído uma tarefa central e muito relevante, com forte envolvimento das Comissões de Ética e do secretariado de apoio. A este propósito, é ainda de referir que a apreciação ética de projetos constituiu, pela sua dimensão, complexidade e envolvimento, uma das atividades centrais no conjunto de tarefas executadas pelo Conselho e as suas Comissões, exigindo forte empenho e dedicação dos seus membros que importa reconhecer institucionalmente.

Informação mais detalhada pode ser encontrada nos planos e relatórios anuais de atividade do CEUMinho e as suas Comissões, que expressam, em síntese, as atividades e resultados obtidos em cada ano, com referência ao grau de execução das atividades planeadas (disponíveis em https://www.uminho.pt/PT/uminho/Etica).

Quais são, atualmente, os maiores desafios/preocupações da Universidade a nível de salvaguarda de princípios éticos?

O sucesso de uma instituição está intimamente ligado à cultura sentida e vivida pelos membros da sua comunidade, sendo indispensável a assunção de princípios estratégicos que conduzam à sua incorporação na comunidade, designadamente na vertente ético-humanística, como um suporte vital, legitimador da sua autonomia, fundamental para a sua credibilização, progresso e afirmação. A salvaguarda dos valores e princípios éticos é assim, e continuará a ser, o centro das preocupações a nível geral da sociedade, e em particular da Universidade. A UMinho assume estatutariamente o dever indeclinável de atuar num quadro de estratégias e políticas de ação essenciais para a promoção da ética e integridade académica. Mas esta tarefa nunca estará acabada, precisa de reflexão permanente, obriga a um esforço conjunto, de persistência e continuidade, envolvendo individual e coletivamente todos os membros da Universidade e todos os órgãos de governo e de aconselhamento. É ainda de sinalizar, a relevância do papel e envolvimento dos responsáveis por órgãos de governo e gestão ao nível central, bem como ao nível das unidades e subunidades orgânicas, diretores de curso, orientadores de teses, dissertações ou estágios, dirigentes de unidades de serviços, entre outros.

 Há alguma novidade sobre o Conselho para os próximos tempos?

 Este mandato está no seu início? A tomada de posse dos seus membros teve lugar no dia 3 de março. No próprio dia, após a tomada de posse dos membros do conselho, fizemos uma reunião plenária que nos permitiu definir uma calendarização global das atividades do Conselho e a sua articulação com as Comissões Especializadas. Estamos a preparar o plano de atividades que será apresentado brevemente ao Sr. Reitor e à Sra. Presidente do Conselho Geral, para subsequente aprovação em sede de Conselho Geral da UMinho.

A missão e desafio estratégico do CEUMinho para os próximos tempos, terá que passar por um compromisso sempre renovado de alinhamento e atualização das suas estratégias de atuação, com os grandes desafios éticos e bioéticos das sociedades contemporâneas.

O CEUMinho realizou em 2019, 2020 e 2021, o Fórum Ética. Qual o objetivo do evento?

O Fórum de Ética UMinho é eminentemente formativo e reflexivo. Pretende-se, sobretudo, viabilizar um espaço de reflexão e de debate em torno de temáticas relevantes promotoras da adoção de princípios éticos e de integridade académica. O Fórum de Ética UMinho, dirigido a todos os membros da comunidade académica, bem como colaboradores, tem, assim, como objetivo central estimular uma discussão alargada que permita captar o pensamento e visão da academia, numa perspetiva de desenvolvimento e interiorização dos valores e princípios éticos, conducentes a uma conduta ética de integridade.

Em 2022 o evento não se concretizou. Qual a razão? Em 2023 será para continuar?  

Em 2022, não foi possível a realização do Fórum de Ética UMinho; tal, ficou a dever-se à limitação temporal de vigência do CEUMinho (término em julho de 2022), e subsequente constituição do mesmo e das suas Comissões Especializadas, processo este que só terminou nos inícios de abril de 2023, altura em que se iniciou o funcionamento do Conselho e suas Comissões.

Sim, com certeza, em 2023 teremos o Fórum de Ética UMinho. A próxima edição do Fórum de Ética UMinho | 2023 está a ser planeada, com data a anunciar brevemente.

Contamos com o UMDicas para a sua divulgação!

No quadro do compromisso institucional com a Ética, como vê o caso particular dos SASUM no contexto académico, o seu trabalho e a sua relação com a comunidade?

Os SASUM são, por natureza e abrangência estatutária, um dos pontos de encontro de toda a comunidade académica, desenvolvendo atividades de grande relevância no contexto institucional. A sensibilização dos dirigentes e restantes trabalhadores dos SASUM para a adoção de boas práticas éticas nas atividades que desenvolvem, é um importante contributo para a melhoria do desempenho dos Serviços. Importa aqui (re)lembrar que os SASUM foram o primeiro serviço desportivo de uma Instituição de Ensino Superior a ser certificado com a atribuição da Bandeira da Ética ao Departamento de Desporto e Cultura dos SASUM, pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido no âmbito da promoção dos valores éticos através do desporto. Entre muitas outras iniciativas dos SASUM, não posso deixar de referir que a promoção de entrevistas, editadas no jornal UMDicas, a membros da academia em geral, responsáveis a vários e diferentes níveis de atuação, sobre o que se faz e como se faz na academia, são um bom exemplo do importante contributo que os SASUM podem desempenhar na divulgação e promoção de literacia cultural, em geral, e, em particular, no quadro da presente entrevista, de cultura ético-humanística.

Qualquer pessoa que necessite de um parecer/ajuda do Conselho de Ética, pode contactá-lo? Como pode fazê-lo?

 A sede do CEUMinho é, atualmente, no Edifico dos Congregados da UMinho. Informação sobre o CEUMinho e suas Comissões Especializadas (constituição, competências, organização e funcionamento, notas informativas, planos e relatórios anuais de atividades), bem como sobre o Código de Conduta Ética da UMinho, encontra-se disponível na página Ética do portal da Universidade, em https://www.uminho.pt/PT/uminho/Etica. Contactos para pedidos de informação ou solicitação de pareceres poderão ser estabelecidos com o Secretariado do CEUMinho, através do e-mail conselhoetica@reitoria.uminho.pt ou pelo telefone (+351) 253 601700.

 A propósito do Código de Conduta Ética da UMinho, qual o seu objetivo e importância na UMinho? A quem se aplica na Academia?

 A UMinho dispõe, desde 2012, de um Código de Conduta Ética, elaborado no âmbito da então Comissão de Ética e aprovado por despacho reitoral. Um código de conduta ética é um documento em constante evolução, atento à dinâmica temporal dos grandes desafios, controvérsias e dilemas éticos & bioéticos. Neste enquadramento, o CEUMinho procedeu à revisão e atualização do Código de Conduta Ética da UMinho (CCE-UMinho) que, na sua versão revista, foi objeto de aprovação por deliberação do Conselho Geral da Universidade em outubro de 2020.

O CCE-UMinho (https://www.uminho.pt/PT/uminho/Etica/Codigo-de-conduta-etica), atualmente em vigor, reafirma os valores e princípios éticos adotados pela Universidade e explicita um conjunto de normas de conduta norteadoras da sua atividade, a verificar globalmente pela Instituição e individualmente por todos os membros da comunidade UMinho: docentes, investigadores, bolseiros de investigação, trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão, colaboradores e pelos estudantes dos vários ciclos de estudos, bem como pelos estudantes de outros cursos ou ações de formação levadas a cabo na Instituição, ou em colaboração com esta. Aplica-se ainda aos membros dos órgãos de governo e de consulta da UMinho, bem como a todos os dirigentes académicos.

A este propósito, não posso deixar de destacar a importância de códigos de conduta com responsabilização ética institucional e de todos os membros da comunidade académica na promoção de uma cultura de integridade primordial e indutora de boas práticas. Neste contexto, deixo o desafio/convite para uma permanente curiosidade, empenho e participação de todos na divulgação e adoção do CCE-UMinho, enquanto documento de estudo ético – reflexivo, em ações formativas dirigidas à comunidade académica nas atividades de ensino e aprendizagem, de formação, de investigação científica e de interação com a sociedade, bem como do funcionamento geral da Universidade.

Quer deixar uma mensagem à comunidade académica?

?Marca pessoal? não diria? prefiro antes ?marca do órgão – CEUMinho e suas Comissões Especializadas? expressa em compromissos de índole ético-humanística.

Um compromisso de missão, tendo como referência os princípios do respeito pela dignidade da pessoa humana, da responsabilidade pessoal e profissional, da integridade académica, e dos valores de uma cultura social e ético-humanística, nas várias vertentes da atividade da Universidade, designadamente, ensino-aprendizagem, investigação científica, interação com a sociedade e funcionamento geral da Instituição.

Um compromisso com a apreciação ética e bioética de projetos de investigação, ajudando e treinando os investigadores na garantia que a realização dos mesmos, ocorra dentro dos mais elevados padrões éticos de boas práticas em investigação, à luz das normas e diretivas, nacionais e internacionais.

E, finalmente, um compromisso com o futuro, garantindo que o CEUMinho acompanha os novos tempos, no alinhamento e atualização das suas estratégias de atuação, atento à dinâmica temporal dos grandes desafios, controvérsias e dilemas éticos e bioéticos que a ciência e a tecnologia suscitam para a humanidade e para o meio ambiente.

Texto: Ana Marques

Fotos: Nuno Gonçalves

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Supercomputador Deucalion foi inaugurado na UMinho

Supercomputador Deucalion foi inaugurado na UMinho

O supercomputador português foi inaugurado no passado dia 6 de setembro, na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, no campus de Azurém, em Guimarães. A sessão contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, que disse tratar-se de um passo no sentido de transpor o “Made in” para o “Created in Portugal”.

A inauguração contou ainda com a presença da Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, da Presidente da FCT, Madalena Alves, do Reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, entre outras personalidades.

O Deucalion custou perto de 20 milhões de euros, dos quais 35% provém da União Europeia e os restantes 65% do orçamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Este é o mais rápido de sempre e estará acessível à comunidade académica, empresas e administração pública.

O Deucalion é o sétimo supercomputador da European High Performance Computing (EuroHPC) instalado na União Europeia, e o recurso computacional mais potente e avançado em Portugal.  Com 26 toneladas, está previsto que este supercomputador tenha capacidade para executar 10 milhões de biliões de cálculos por segundo, visando acelerar a produção de ciência e inovação de excelência em Portugal em domínios como inteligência artificial, medicina personalizada, design de fármacos e novos materiais, observação da Terra e oceanos, combate às alterações climáticas e fogos, criação de smart cities, ordenamento do território, mobilidade e veículos autónomos são alguns exemplos. O novo equipamento significa assim um salto para a ciência portuguesa na capacidade de cálculo e na velocidade com que analisa dados ou problemas, ou seja, o supercomputador demora uma hora a analisar um problema que um computador portátil demoraria 20 ou 30 anos.

Este agregado computacional ocupa duas filas de 26 armários de dois metros de altura, pelo menos 1900 metros de fibra ótica e 2359 cabos de alta velocidade, que garantem a rapidez de processamento e um sistema de armazenamento de dados de alto desempenho, a par de uma alta eficiência energética. Apelidado como supercomputador “verde”, prevê-se que o Deucalion venha a consumir mais de um megawatt-hora, o equivalente à quantidade de eletricidade usada por cerca de 330 casas durante uma hora, porém, o objetivo é que não use qualquer fonte de energia fóssil.

Segundo António Costa ?hoje temos condições que antes não tínhamos, condições essas que permitirão acelerar o processo de crescimento do país.  Temos um sistema científico e empresarial que nos garante que esta ferramenta não será em vão?, afirmou. Frisando que o Deucalion permite que Portugal ?se orgulhe em estar na primeira linha da supercomputação europeia?.

Para Elvira Fortunato, a infraestrutura, ?além de ser fundamental para responder às crescentes necessidades de processamento de grandes volumes de dados, permitirá a execução de simulações complexas e análises de dados de grande escala?.

O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, destacou o significado do dia para a Universidade, e para todas as universidades, dado o papel decisivo que estas desempenham no desenvolvimento tecnológico do país e no progresso da ciência. ?Assumimos esta instalação como uma oportunidade única para integrar comunidades e estruturar a investigação?, disse.

Neste momento, o Deucalion ainda não está a funcionar em pleno. De acordo com Rui Vieira de Castro, seguem-se testes em que “as comunidades científicas estão a ser mobilizadas”.

A FCT irá lançar concursos de acesso a esta infraestrutura e estão igualmente previstos programas específicos de apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME), administração pública e permitir o acesso a tempo de cálculo para projetos já financiados. ?O supercomputador está preparado para apoiar mais de 200 projetos por ano e multiplica por dez a capacidade de computação nacional?, referiu Madalena Alves.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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?… o grande objetivo do grupo é perpetuar a tradição do Fado Académico??

?... o grande objetivo do grupo é perpetuar a tradição do Fado Académico??

O gosto pela música, em especial pelo Fado de Coimbra, aliado ao desejo de prolongar um passado académico e de não deixar morrer as tradições académicas, juntou-os, nascendo assim o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho (GFSUM).

Fundados em fevereiro de 2002, o grupo estreou-se, oficialmente, nesse mesmo ano, na Serenata do Enterro da Gata da Universidade do Minho (UMinho). Com um trajeto de 21 anos, o grupo conta com um currículo de respeito, e pelo caminho, com a edição de dois CD?s.

O UMdicas esteve à conversa com a direção do grupo para saber mais sobre o GFSUM, sobre a sua origem, trajeto, sobre os seus projetos e sobre o seu futuro.

Podemos dizer que o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho é um grupo jovem. Como surgiu a ideia da sua criação?

O grupo foi fundado em 2002, celebramos em fevereiro deste ano, oficialmente, 21 anos. O grupo surgiu da ideia de perpetuar a tradição do Fado de Coimbra ou Fado Académico. É uma das tradições enraizadas em Braga, nas próprias serenatas que faziam no Sá de Miranda, de onde surgiu depois o Enterro da Gata da Universidade do Minho (UMinho).

Pegamos nessa vertente da Canção Coimbrã, na altura só havia outro grupo que era da Associação Recreativa e Cultural Universitária do Minho (ARCUM), mas estava um pouco desagregado. Há época, éramos ainda todos estudantes, decidimos criar o GFSUM, que integrou também alguns elementos do Grupo de Fados da ARCUM, sendo que foram eles que começaram a fazer, com regularidade, a serenata do Enterro da Gata e do Caloiro, tradição que hoje em dia foi quebrada, infelizmente.  Portanto, podemos dizer que o grande objetivo do grupo é perpetuar a tradição do Fado Académico e das tradições académicas.

De que é feito este grupo e como se caracterizam?

Somos um grupo cultural pequeno. Atualmente, constituído por seis elementos (duas guitarras portuguesas, duas violas e duas vozes), todos alumni da UMinho. Além destes, a participar mais esporadicamente, temos outro cantor, mais uma viola e duas guitarras portuguesas. Ao longo dos anos temos tido alunos que vão integrando o grupo, mas não sendo de Braga, quando concluem o curso o vínculo acaba por se perder.

Ao longo do vosso percurso, o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho tem vivido altos e baixos. Como descrevem o vosso trajeto e como consideram o momento atual?

O grupo está estabilizado. Por sermos um grupo pequeno criam-se laços de amizade mais duradouros. Estamos sempre abertos à entrada de outros elementos, mas a ideia será, caso venham, que adquiram alguma experiência connosco, mas depois, que formem outro grupo, sendo o objetivo perpetuar a tradição dos grupos de fado. Com apenas um grupo de fados há muitas limitações, por isso, apoiamos a formação de outros grupos, que vão seguir o seu caminho, vão chamar mais gente, vão promovendo a divulgação e será mais fácil perpetuar a tradição. Não tem sido fácil, pois além de tocar, é preciso ter gosto pelo fado, pela canção académica.

Em que se destaca e diferencia o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho dos outros grupos culturais?

Os nossos espetáculos, por norma, e atualmente, não se direcionam a grandes públicos. Mas já fizemos espetáculos para muito público, inclusive fomos dos primeiros grupos a atuar no Teatro Circo após a renovação, com o ?Serenata ao Fado?. Organizamos três edições, tivemos cá grandes nomes da canção de Coimbra, todas as edições com lotação esgotada.

Atualmente, estamos a ver se retomamos esse espetáculo, mas como somos poucos, há alguma limitação de tempo e de verba, uma vez que as nossas verbas advêm das atuações que fazemos. Como somos independentes da Universidade, monetariamente, apesar de sermos um grupo da Universidade, a vertente financeira torna-se mais complicada.

Para além de termos o propósito de retomar o espetáculo ?Serenata ao Fado?, vamos ter uma parceria com a Orquestra de Cordofones Tradicionais de Braga, com a qual deveremos fazer um espetáculo no final do ano, que incluirá Canto, Guitarradas e Música Tradicional.

Como caracterizam as vossas performances em palco? O que trouxeram e trazem ao panorama cultural da Universidade?

Trazemos uma continuidade de tradição. Braga sempre teve muita tradição em guitarra, nós ao criarmos o grupo e ao continuarmos ativos, estamos a manter essa tradição da guitarra, da canção de Coimbra, e isso puxa outros aficionados.

Relativamente aos restantes grupos culturais, a diferença está, essencialmente, na dimensão do grupo e no tipo de instrumentos que usamos, não somos tão exteriónicos.

Quem pode fazer parte do grupo? Como chegar até vós e como é feita a seleção de novos membros?

Qualquer aluno ou ex-aluno da UMinho pode entrar no grupo. Qualquer um que tenha interesse pode demonstrá-lo através de email, através das nossas redes sociais, certamente daremos feedback. Atualmente, os nossos ensaios são a cada 15 dias, a partir das 21:30, num espaço cedido no Colégio de São Caetano, em Maximinos. Aparecendo num dos nossos ensaios, para nós, o fundamental será o gosto pelo Fado, o resto vai-se alcançando.

No vosso percurso, quais os momentos e participações que destacam? Onde podemos encontrar o grupo e qual o vosso ponto alto do ano?

Atualmente, vamos fazendo pequenas atuações na cidade de Braga e na zona do Minho, mas são atuações mais intimistas, o grupo é pequeno e proporciona-se a isso. Costumávamos atuar com regularidade no Enterro da Gata, mas é claro que os momentos que mais destacamos foram as atuações nas três edições do ?Serenata ao Fado?, entre 2008 e 2010, momentos que resultaram no lançamento do CD ?Serenata ao Fado?, em 2011, um trabalho discográfico com 32 temas, gravado ao vivo. Para além deste CD, editamos ainda o ?Tons de Sépia?, em 2005.

Quais os projetos do grupo mais importantes a curto/médio prazo?

O nosso projeto atual mais importante é mesmo reavivar o espetáculo ?Serenata ao Fado?. Estamos a ver se conseguiremos verba, e, caso isso seja possível, vamos dimensionar o projeto à verba que possuirmos. Depois temos também o espetáculo, no final do ano, em conjunto com a Orquestra de Cordofones Tradicionais de Braga.

A dinamização do grupo, torná-lo cada vez mais atrativo é, provavelmente, um dos vossos grandes objetivos. O que têm a dizer aos interessados em fazer parte do grupo?

Venham, contactem-nos. O que queremos é que venham até nós, aprendam, embrenhem-se do espírito e que depois ganhem ?asas?.

Qual é maior sonho do Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho?

Neste momento, é a retoma do ?Serenata ao Fado? e perpetuar o legado que temos, a tradição do fado Coimbrã aqui em Braga.

2020 e 2021 foram anos particularmente difíceis para a cultura. Como viveram este período atípico? Como tem sido voltar à normalidade?

Fomos fazendo pequenas atuações e ensaios online, tentando manter os dedos e as vozes aquecidas! O voltar à normalidade foi sentido, sobretudo, com um maior entusiasmo da parte do público.

Como analisam o contexto dos grupos culturais na vida da Universidade e de um universitário?

Penso que é muito importante para um universitário fazer parte de um grupo cultural, a universidade não pode nem deve ser só letras e números, a parte social é muito importante para quem se forma no ensino superior. A pertença a um grupo cultural cria vínculos de amizade, de conhecimentos, relações que ficam para toda a vida, oferece experiências que não se consegue em qualquer outro contexto, dá mais mundo a quem por lá passa e prepara-os melhor para o futuro, pessoal e profissionalmente.

Uma mensagem à comunidade académica?

Venham conhecer o Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho, contactem-nos, apareçam, teremos todo o gosto em recebê-los nos ensaios. Venham preparados para uma tertúlia, para criar laços. 

Texto: Ana Marques

Foto: AAUM

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PERCURSOS?

PERCURSOS?

José Albano da Silva Conde nasceu em Moçambique há 58 anos e vive em Guimarães há 42. Casado, pai de um rapaz, desempenha funções no Departamento Alimentar desde 1981, do qual faz parte até hoje, juntamente a uma equipa com cerca de 150 trabalhadores.

Nesta entrevista, o trabalhador dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM), fala-nos do seu percurso de vida e experiência profissional, conta como é vivido o dia a dia, afirmando-se ?esperançado? no futuro.

Como chegou aos SASUM e qual o seu percurso profissional?

Trabalho na área da restauração desde os 13 anos, inicialmente na zona do Douro em Santa Marta de Penaguião, depois, e após vir viver para Guimarães, comecei a trabalhar, no final da escola e aos fins de semana, em restaurantes. Na altura em que os SASUM começaram a funcionar aqui em Guimarães, precisaram de uma pessoa, fui à entrevista e fiquei cá a trabalhar como auxiliar de alimentação. Passei por vários setores, inclusive pela cozinha, altura em que tirei formação de cozinheiro. O serviço foi-se expandindo e, quando fomos para o Campus de Azurém, assumi o primeiro bar, o Bar de Engenharia I, como encarregado. Depois, todos os bares que abriram a partir daí, praticamente todos os colegas passaram por formação nesse bar.

Há quantos anos está nos Serviços e quais são, atualmente, as suas funções?

Estou nos SASUM há 42 anos, desde os meus 17 anos, comecei a trabalhar, na altura, no Palácio de Vila Flor.  Neste momento sou encarregado operacional, mais especificamente encarregado de Bar.

Gosta do que faz?

Gosto muito. Aprecio muito a interação com o nosso público académico, por isso estou cá até hoje!

O que mais o motiva e quais as maiores dificuldades, no dia a dia, no desenvolvimento do seu trabalho?

O que mais me motiva é a interação com a comunidade académica, principalmente com os alunos. Somos a extensão dos Serviços, e, naquilo que é a política dos SASUM, tentamos fazer com que o aluno se sinta em casa. Gosto que se sintam bem, que se sintam à vontade, até mesmo para nos chamarem a atenção de alguma coisa não está bem no serviço que prestamos, pois podem ajudar-nos a melhorar. Gosto desta interação, motiva-me a estar aqui, motiva-me a prestar um serviço de qualidade.

O que por vezes me desmotiva é o facto de os próprios responsáveis não terem mais autonomia de decisão, devido à própria burocracia que existe nos serviços do Estado, o que leva a que muitas vezes não consigamos prestar o serviço que gostaríamos.

Como caracteriza o trabalho que é feito no Departamento Alimentar, em particular na sua área?

O trabalho feito no Departamento Alimentar e em todas as suas unidades alimentares é essencial no apoio à população universitária, fornecendo refeições sociais, bem como uma enorme diversidade alimentar. Na minha área, em particular a nível dos bares, somos nós que damos a cara pelo serviço, somos a interação direta com o cliente, e por isso, acabamos por ser a imagem do serviço que prestamos.

Quais são as melhores e as piores memórias que tem do seu trajeto nos SASUM?

As melhores são quando entrei aqui. Éramos muito poucos, tanto trabalhadores como estudantes, viamo-nos como uma família. Mesmo quando isto cresceu, continuamos a ser considerados uma família. Neste momento, o que mais me entristece é ser tratado com demasiado distanciamento, é verdade que temos uma dimensão muito grande e nem sempre é possível a mesma interação, mas é sempre possível tratar o trabalhador pelo nome, com consideração, e não como número. Neste momento sinto apenas que sou um

Também, o que mais me marcou, foi o facto de um dirigente, há uns anos, me ter magoado muito, não teve consideração, não me deu o benefício da dúvida,  ?condenou? e depois é que foi investigar. Essa atitude foi o que mais me marcou nesta casa, algo que me fez sair daqui três anos.  Hoje está tudo bem, mas ficou a mágoa.

Como olha para o futuro?

Estou sempre esperançado que o futuro nos possa trazer melhores situações. Em termos de serviço, isto tem tendência a crescer e quanto mais crescer mais problemas vai ter, mas se o trabalhador se sentir acarinhado vai acarinhar o cliente. Aqui será sempre um jogo de interação, se eu estiver alegre vou passar essa boa disposição às pessoas. Pessoas felizes fazem pessoas felizes. Quem gosta do atendimento ao público, esta é a melhor casa para se trabalhar, estes são os melhores clientes. 

Curiosidades

O que o marcou?

O nascimento do meu filho.

O que ainda não fez?

Gostava de concluir o 12.º ano. Estou a tentar, estou-me a esforçar para isso.

Ainda tem um grande sonho?

Sim. Gostava de ter uma infraestrutura minha, um negócio meu neste ramo.

Livro?

Bíblia.

Uma música e/ou um músico?

Sou romântico. Gosto muito de Roberto Carlos.

O que gosta de fazer nos tempos livres? 

Passear e jardinagem. Neste momento tomo conta de jardins.

Vício?

Pelo trabalho.

Um lugar?

Gostava de voltar a Moçambique.

A Universidade do Minho?

A melhor universidade do país. Para mim significa tudo, significa o meu ser, estou cá há 42 anos.

 

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves